
- Nº 1809 (2008/07/31)
“Preocupação” do STAL/CGTP-IN
<i>Aquapor</i> privatizada
Trabalhadores
O processo de venda da Aquapor, concluído há duas semanas, «lesa o País e as populações», considerou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, num comunicado de dia 22.
Manifestando «a sua profunda preocupação pelo aprofundamento do caminho privatizador da água», o STAL/CGTP-IN recordou que aquele processo representa a privatização total de 11 concessões no sector das águas, que servem 26 autarquias e cerca de milhão e meio de habitantes.
Para o STAL, este é mais um passo no caminho da privatização total da água em Portugal e «confirma a concepção que o Governo português tem da água: uma mera mercadoria que, como tal, deve estar sujeita às leis da oferta e da procura e à incessante busca do lucro que motiva o sector privado».
Lembrando declarações do presidente da Águas de Portugal, quando afirmou que «a Aquapor é uma empresa sólida e que opera num sector com muitas oportunidades de negócio no futuro», o sindicato considerou que, com a venda da Aquapor, «avança a privatização total das “águas em alta”, enquanto, ao mesmo tempo, o processo de inclusão das “águas em baixa” nos sistemas multimunicipais constitui uma concentração de todo o ciclo da água no âmbito da Águas de Portugal». Assim, segundo o STAL, tudo aponta para uma futura entrega, ao sector privado, do «negócio do século XXI», como o apelidou a Organização Mundial do Comércio.
Salientando que as consequências da privatização das águas, a nível internacional, são bem conhecidas, com a diminuição da qualidade dos serviços, o aumento das tarifas e dos preços, o sindicato recordou que uma recente sondagem no Reino Unido revelou que 68 por cento da população concorda com uma «renacionalização» da água, como bem exclusivamente público.